Chinelos...
Pequenos pés empoeirados se acomodam sob a grande classe verde...
Um olhar diferente, não é arrisco, mas é acanhado e curioso, modesto.
Uma solitária em meio a vários.
O que ela passou até chegar ali? Será que passou frio nestes dias passados? A ternura sempre me invade ao ver esses pés.
Noutra sala vejo jóias sem brilho, faixa no cabelo sem cor. Uma postura mais determinada, forte e vaidosa.
Surpreza para mim! Agora são duas... Sem conexões evidentes, mas quando dúvida é esclarecida mostra que há mais do que eu pensava. Há mais do que o rosa nos pés em comum as duas... Nos chinelos que as encaminham...
Não estão de pés descalços, estão vestidos pela poeira e pela determinação de querer algo que ainda nem sabem o que é.
Agora que o forte frio chega, os pés são cobertos. Os chinelos foram guardados.
Leituras Machadianas...
A cada conto lido de Machado de Assis, no livro
50 Contos de Machado de Assis, surgem novas imagens fantásticas...
" A realidade veio tomá-lo outra vez com suas unhas de bronze."
" A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito."
" Não tinha a alma negra de Lady Macbeth, nem a vermelha de Cleópatra, nem a azul de Julieta, nem a alva de Beatriz, mas cinzenta e apagada como a multidão de seres humanos."
"... a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada."
" ... absurdo de cair de costas e quebrar o nariz..."
Sem tempo para escrever, sem tempo para fazer uma análise mais qualificada do Machado, mas mesmo assim o leio e capto suas imagens...
"Just Add Water"
Arte Contemporânea sempre surpreende... E Benjamin Anderson é um artista americano da nova geração que contribui para esse cenário.
"Just Add Water" é o nome da sua nova série de quadros, retratam objetos e pessoas embaixo d'água. E eu pasmo: pintados a óleo e super realistas. Vale a pena conferir.
Bodes e Cabritas
Hoje, navegando pela internet acabei lendo um pouco sobre “bode expiatório”.
Lembro durante a infância não entender o que era um bode expiatório, mas muitas vezes servir como tal... Ou por que era a menina mais arteira ou menos dissimulada e “treinada” do que as outras. Quando alguém quebrava algo era só esperar a Cilene ir embora e colocar a culpa nela, e assim, muitas vezes ao ir na casa de crianças da minha idade os brinquedos eram escondidos; e claro, como criança a única coisa que restava era correr e mais uma vezes eu era vista como menina “mal-comportada”. E se o brinquedo aparecesse quebrado no futuro, ainda sim era “incriminada”, pois sempre diziam que fugi a vista dos adultos e “cometi o delito” . Era uma excelente “bode expiatório”.
Vindo de crianças, até poderia ser admissível, pois muitas têm medo da punição de seus pais ao invés de respeita-los. No entanto é desde pequenos que formamos nosso caráter, e não acredito que quem se comportava assim perca esse hábito.
Contudo me surpreendo que depois de adulta sirva ainda de bode expiatório... Não entendo as razões, porém é mais fácil armar e colocar a culpa em mim, me usar de bode. Mas já aviso: prefiro ser uma cabrita, tipo Tieta do Agreste. Afinal quem precisa de um bode expiatório ou é por que disputa algo indusputável, ou é incapaz de assumir suas ações e ser responsável pelos seus atos...
Já cabritas são impulsivas e dão de cabeça ao invés de usá-la paranóicamente. Que bom ser cabrita, pois as cabritas são beneficiadas pela Tríplice Lei!
Aquarela do Brasil
Há tempos atrás um amigo me passou essa animação...
Hoje a reencontrei... E ela vai de encontro a minha parte infantil... (suspiro!)
É clicar na imagem e ver a animação!
Mais pensamentos
Meus pensamentos caóticos, complexos, sistêmicos me preenchem nas minhas caminhadas matinais durante este agradável inverno, pois ao ver minha respiração materializada neste frio me sinto ainda mais viva.
Penso sobre a minha felicidade... Tão singela, tão simples, tão artística, às vezes ousada e tão apaixonada...
Perto dos 25 anos e, como disse antes, muito feliz! Sinto-me a mulher mais bela e feliz do meu mundo.
Mais um comentário breve...
Antes ser feio que bonito.
A beleza acaba,
mas a feiúra só aumenta!